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RETROSPECTIVA: Os 11 dias da greve dos caminhoneiros
Após declaração dada pelo presidente da Abcam na última quarta-feira (8), o risco de mais uma greve dos caminhoneiros é eminente. José da Fonseca Lopes, confirmou que a categoria entrará em greve, caso o governo não interfira na Petrobrás e reveja a política de reajuste do diesel. E ainda afirmou que, se acontecer, as intenções da nova greve são de destabilizar o país.
Diante desse cenário tenso, criamos um diário retrospectivo dos acontecimentos durante os 11 dias da greve que parou o Brasil.
Acompanhe conosco agora:
Anúncio de Greve por tempo indeterminado
1º dia – 18 de março de 2018:
Caminhoneiros fazem anúncio de greve por tempo indeterminado a partir de segunda-feira (21) caso o governo não reduzisse a zero a carga tributária sobre o diesel (PIS/Cofins). Eles dizem que tentam negociar desde outubro de 2017, e, sem respostas até 14 de maio, iniciaram mobilizações.
Petrobrás eleva preços do diesel e gasolina nas refinarias
2º dia – 19 de março de 2018:
Entra em vigor o quinto reajuste diário consecutivo: a Petrobras eleva os preços do diesel em 0,80% e os da gasolina em 1,34% nas refinarias.Entre julho de 2017 e maio de 2018, o aumento para o consumidor foi de 21%, sendo 8,2% somente entre janeiro e maio.
Primeira decisão Judicial
3º dia – 20 de março de 2018:
A Justiça Federal proíbe o bloqueio total de estradas federais por caminhoneiros no Paraná. A ação foi movida pela Advocacia Geral da União (AGU) a pedido da Superintendência da Polícia Rodoviária Federal (PRF).
Foram registrados os primeiros bloqueios em 21 estados
4º dia – 21 de Maio de 2018
Bloqueios totais ou parciais de rodovias. Em alguns pontos, os caminhoneiros ficaram nos acostamentos. Em outros, eles queimaram pneus para evitar a passagem de veículos por um período e, depois, as vias foram liberadas. Enquanto isso, o Ministério de Minas e Energia afirma que Temer se reuniria com ministros no Planalto no fim da tarde.
Greve afeta indústrias e a Petrobrás e o governo se manifestam
5º dia – 22 de Maio de 2018
Primeiros efeitos além das vias fechadas passam a ser sentidos: fabricantes como a Chevrolet, Fiat e Ford anunciaram problemas para lidar com a produção devido às manifestações. Aeroportos começam a contingenciar combustíveis.
A Petrobras reduz o preço dos combustíveis para as refinarias e o ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, anuncia que o governo fez um acordo para zerar um dos impostos sobre o diesel.
Mais setores do país são afetados pelos bloqueios
6º dia – 23 de Maio de 2018
Nos transportes, aeroportos alertam para a escassez de combustível. No Recife, o litro da gasolina chegou a ser vendido a R$ 8,99.
A Petrobras anuncia redução de 10% no diesel; medida deve valer por 15 dias. Redução representa queda de 23 centavos na refinaria e de 25 centavos para o consumidor.
Greve se alastra e surge anúncio e/ou tentativa de acordo
7º dia – 24 de Maio de 2018
Os efeitos se alastram com redução na frota de ônibus, falta de combustíveis e produtos em supermercados. Além disso, são anunciados os primeiros efeitos na saúde. A União Nacional dos Caminhoneiros e a Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam), não corroboram com acordo proposto pelo governo.
Forças federais são acionadas para intervir na greve
8º dia – 25 de Maio de 2018
A greve de caminhoneiros chega ao 5º dia e causa reflexos pelo país; governo aciona forças federais para desbloquear estradas. Advocacia-geral da União (AGU) aciona o STF e o Supremo autoriza uso de força para desbloqueio de rodovias e impõe multa a quem descumprir decisão.
Pontos de Manifestação desbloqueados
9º dia – 26 de Maio de 2018
544 pontos foram desbloqueados. O presidente Michel Temer e ministros se reuniram na manhã deste para um encontro do gabinete criado pelo governo federal para monitorar a greve dos caminhoneiros. O ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, informou ainda que o governo começou a aplicar multas no valor de R$ 100 mil por hora parada para donos de transportadoras.
Temer reduz R$ 0,46 no valor do diesel
10º dia – 27 de Maio de 2018
A greve foi mantida. Os problemas de abastecimento se agravam. Temer anunciou a redução de R$ 0,46 no preço do litro do diesel por 60 dias – depois disso, os ajustes serão a cada 30 dias e aplicação de insenção de pedágios. Representantes de caminhoneiros autônomos aprovaram as medidas e orientaram a categoria a encerrar a greve.
Mais reinvidicações, além de R$ 0,46
11º dia – 27 de Maio de 2018
Mesmo após ter os pedidos atendidos, caminhoneiros seguiam em paralisação e líderes indicavam que pautas além da redução do diesel motivavam a continuação dos protestos.O Senado aprovou um pedido de urgência para o projeto que elimina a cobrança de PIS-Cofins sobre o óleo diesel até o fim deste ano. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) lançou uma chamada pública para contratar cooperativas de caminhoneiros autônomos, medida tomada para atender as reivindicações dos caminhoneiros.
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